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ONG defende investigação de Salles em caso de exportação ilegal de madeira

27 de maio de 2021 às 20:19h

“As investigações sobre o Ministro Salles precisam urgentemente avançar. Seja por iniciativa do Supremo Tribunal Federal, seja pela Polícia Federal e, principalmente, pela Procuradoria-Geral”, defendeu o Instituto Arayara através da assessoria de comunicação

A Polícia Federal concluiu que há fortes indícios de envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em um esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira. A PF também disse já ter reunido provas suficientes para enquadrar o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, pelos crimes de advocacia administrativa e facilitação ao contrabando. Na última semana, buscas foram feitas na casa de Salles durante uma investigação que recebeu o apoio de instituições de proteção ambiental.

Em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar a abertura da Operação Akuanduba, a PF elencou provas que incluem relatos de reuniões com madeireiros, alterações nas normas de fiscalização, depoimentos de testemunhas, operações financeiras sob suspeita e troca de mensagens. Todas as provas têm relação com um escritório de advocacia de propriedade de Ricardo Salles.

Através de sua assessoria de comunicação, o Instituto Arayara se posicionou sobre o caso. A entidade, que luta pela preservação ambiental, defendeu uma investigação ampla e profunda não só em relação ao possível envolvimento de Salles com a exportação ilegal de madeira, mas também no que se refere às outras ações prejudiciais ao meio ambiente nas quais houve ou pode ter havido participação do ministro.

“As investigações sobre o Ministro Salles precisam urgentemente avançar. Seja por iniciativa do Supremo Tribunal Federal, seja pela Polícia Federal e, principalmente, pela Procuradoria-Geral, que não vem cumprindo a bom termo o seu papel institucional de investigar com a profundidade e a isenção que a Constituição lhe obriga, relativamente a suspeitas contra Ministros como Salles”, pontuou o instituto.

A instituição lembrou que Salles é “mencionado como responsável por inúmeros malfeitos no Ministério do Meio Ambiente” e que tanto o ministro quanto o presidente Jair Bolsonaro precisam ser investigados. “É urgente uma investigação muito mais profunda e abrangente sobre Salles, em áreas que se estendem desde mineração e extração ilegais de madeira e minérios em áreas públicas e terras indígenas, até a deletéria condução de todas as ações e políticas relativas à crise climática, incluindo a sua perversa e e incompetente condução do caso que levou ao cancelamento de doações internacionais ao Fundo Clima”, asseverou.

Na opinião da advogada da ANDA, Gabriela Maia, é estarrecedor que pessoas que foram “designadas para cargos que, em tese, deveriam proteger o meio ambiente e a fauna, estejam envolvidas (ou que haja a suspeita de que estão envolvidas) nessas atividades”.

Fonte: ANDA – Por Mariana Dandara