Relação entre consumo de animais e doenças como coronavírus
25 de março de 2020 às 16:18h
O Instituto Abolicionista Animal publicou uma nota em rede social por meio da qual fez um alerta sobre um assunto que tem sido exposto por diversos especialistas e instituições: há relação clara entre o consumo de produtos de origem animal e a propagação de doenças como o COVID-19, o coronavírus.A instituição citou, em nota, um”relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)” que revelou que “cerca de 70% das novas doenças que infectaram seres humanos nas últimas décadas estão relacionadas à criação e consumo de animais”
Reprodução/Facebook
Criado por profissionais da área do Direito, o Instituto Abolicionista Animal se denomina como “uma associação civil de caráter científico-educacional, sem fins econômicos, apartidária, pacífica, constituída por prazo indeterminado, cuja finalidade é defender a libertação dos animais não-humanos de toda forma de exploração ou crueldade praticada por seres humanos, utilizando-se de todos os meios legais e institucionais admitidos pelo ordenamento jurídico”.
Confira abaixo a nota da associação na íntegra:
“Lamentavelmente, o mundo está sofrendo com a propagação do novo coronavírus COVID-19. No final de janeiro, a China instituiu uma proibição do comércio de animais selvagens. Cientistas acreditam que a disseminação do vírus ocorreu nos mercados de animais silvestres e exóticos da cidade chinesa de Wuhan, principalmente em locais onde eram comercializados répteis e mamíferos. Infelizmente, a condição degradante em que esses animais eram mantidos favorecia o surgimento de epidemias. De acordo com relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 70% das novas doenças que infectaram seres humanos nas últimas décadas estão relacionadas à criação e consumo de animais. Entretanto, não apenas o consumo de animais exóticos e silvestres como também o consumo de animais de produção traz sérios riscos à saúde pública. A “doença da vaca louca” levou à morte de bois e de pessoas. A gripe aviária causou infecções e mortes em aves e em pessoas. Americanos usam hormônios para criar bois e ovelhas, sendo que em alguns casos essas substâncias podem ser cancerígenas. O consumo de produtos de origem animal pode trazer problemas diretos como doenças cardiovasculares e diabetes. A dieta baseada em grandes quantidades de proteína de origem animal demanda quantidades imensas de recursos naturais. Com o meio ambiente afetado, a tendências de novas doenças surgirem é maior. Por causa da globalização, há ainda maior facilidade de um novo vírus se espalhar, como já aconteceu com as gripes aviária e suína. Criações intensivas como as de frango para carne, de galinhas para a produção de ovos e a de porcos são grandes celeiros de novas doenças, uma vez que a proximidade dos animais e as condições quase sempre insalubres do ambiente colaboram para a proliferação de doenças. Contudo, mesmo nos casos em que os animais são criados de forma extensiva, há risco de doenças serem levadas por grandes distâncias e afetarem outras regiões. 700 mil pessoas morrem todos os anos de infecções resistentes a antibióticos, mas o número aumentará para 10 milhões por ano em 2050 se nenhuma medida eficaz for tomada (dados da OMS, 2019).
E a criação intensiva de animais de produção é uma das principais causas da resistência a antibióticos. Esses medicamentos são regularmente ministrados aos animais de produção inclusive com o objetivo de que os animais aproveitem de modo mais eficiente tudo o que comem e cresçam mais rápido, para que possam ser abatidos em menor tempo; dessa forma, antibióticos são misturados à ração em pequenas doses e diariamente por praticamente toda a vida dos animais; e a constante exposição dos animais aos antibióticos pode levar à seleção de bactérias resistentes a esses medicamentos. A transmissão de bactérias resistentes a antibióticos da indústria da carne para as pessoas ocorre por meio dos esqueletos dos animais, dos sistemas de ventilação das fazendas e dos resíduos que acabam sendo despejados perto das fazendas e na natureza ao redor. Até o transporte de animais da fazenda para o abatedouro contribui com a disseminação de superbactérias, e os trabalhadores também estão expostos ao risco de contrai-las. Em resumo, quando uma pessoa consome algum produto de origem animal, está prejudicando os animais, contribuindo com a devastação de ecossistemas e com a dizimação do organismo vivo que é a Terra, está comprometendo sua própria saúde e a saúde da humanidade como um todo, colaborando para o surgimento de doenças através da criação dos animais que deram origem ao produto que essa pessoa consumiu.”
Instituto Abolicionista Animal – É uma associação civil de caráter científico-educacional, sem fins econômicos, apartidária, pacífica, constituída por prazo indeterminado, cuja finalidade é defender a libertação dos animais não-humanos de toda forma de exploração ou crueldade praticada por seres humanos, utilizando-se de todos os meios legais e institucionais admitidos pelo ordenamento jurídico.